Maquiavel nos ensina: 'É preciso ser raposa para reconhecer as armadilhas, e leão para afugentar os lobos'.

Paraenses, é chegada a hora de sermos raposas e leões para reconhecermos as armadilhas e afugentarmos os lobos.

sábado, 13 de agosto de 2011

A ferro e Fogo - Luiz Alho


O Pará exige respeito!
Entre todos os Estados da Nação, Talvez o único que esteja deitado em berço esplêndido seja o Pará; inquestionavelmente o mais rico do país em recursos minerais, florestais, hídricos, etc.
Infelizmente, podemos nos considerar pobres em recursos humanos. Em que/qual buraco meteram-se nossos representantes, nossas vozes, nossas ditas autoridades com poderes outorgados pelo povo?
Querem “lotear” o Pará e o silêncio denuncia uma cumplicidade criminosa e traiçoeira, uma omissão que causa nojo. Gritar depois de fatos consumados, para chamar atenção para si, por ações que nunca foram verdadeiras, será uma farsa, uma tentativa inútil para tentar convencer de que acima dos interesses pessoais estão os interesses do povo, do Pará e da Amazônia. Acorda Pará! Chega de encenação teatral, jogo de cena; o espetáculo que o Pará quer assistir é outro. Até que se prove o contrario, todos são cúmplices pelo silêncio, omissão e covardia. A questão da divisão do Estado do Pará envolve muitos interesses; as reações, sempre atrasadas não trazem nada de concreto para o Estado do Pará e seu povo. Soltam-se muitos foguetes, fazem até, muito barulho, mas, quando a fumaça se dissipa fica o silêncio dos que não têm forças ou vontade de agir verdadeiramente pelo Pará e pelos paraenses, ou são cúmplices ou são coniventes. O Pará não merece isso. Nossas vozes estão caladas e quando falam é para iludir, bradar mentiras para encobrir uma grande cumplicidade ou a falta de competência para se fazer respeitar. Não devemos e não podemos permanecer calados diante dessa ameaça de divisão do Estado. É necessário buscarmos caminhos e soluções que independam ate mesmo da ação dos que têm a obrigação de agir e nada fazem, não passam dos discursos previamente escritos, sem conteúdos verdadeiros e que não produzem efeitos. O Pará exige respeito, chega de submissão e de assistirmos calados a “entrega” de nossas riquezas, enquanto muitos filhos do Pará e da Amazônia morrem de fome. É hora de reação, mas muito cuidado, muitos dos nossos “inimigos” são filhos desta terra, que rasgando a bandeira de nosso chão estão cuidando de seus próprios interesses.
Precisamos identificá-los e eliminá-los do cenário político. A verdadeira mudança começa em casa. É preciso “paranizar-se”, vestir a camisa do nosso chão e cuidarmos do nosso próprio umbigo.
A idéia separatista é fundamentada no alegado abandono pelos poderes públicos das regiões em questão. É sabido que o Pará inteiro necessita de uma maior presença do Governo, tanto na área estadual quanto na área federal. São 143 municípios que enfrentam os mais diversos problemas, principalmente em função da imensidão territorial; guardando as devidas proporções, todos os municípios paraenses enfrentam problemas em todas as áreas: econômica, social, política e administrativa. Render-se a tais problemas é confessar incompetência transferir responsabilidades é covardia. O desenvolvimento do Estado é responsabilidade de todos, inclusive dos poderes municipais. É importante que se observe, no entanto, se por trás das alegações de abandono, não existe um interesse maior de apropriação do que é o “Filé Mignon” do Pará, por grupos políticos e econômicos. Tal interesse, deve ser profundamente analisado porque pode estar acima dos interesses e reais necessidades das populações dos municípios que formarão os novos Estados. Segundo o professor Alex Fiúza de Melo magnífico reitor da Universidade Federal do Pará - UFPA – “O processo de colonização da Amazônia não significou o estabelecimento de uma política colonial de povoamento da região, mas, ao contrário, a fixação de núcleos coloniais que objetivaram a ‘conquista’ e não o povoamento da região”. Dentro desse contexto estão as regiões sul e sudeste do Estado, formadas pelo que podemos chamar de “Bandeirantes do século XX”, isto é, aventureiros modernos, empresários, fazendeiros, comerciantes e profissionais liberais, que fixaram residência, preocupados não em promover o povoamento e desenvolvimento dessas regiões e sim a exploração econômica que lhes permitisse acumular riquezas materiais – alguns médicos ilustram bem esse fato. Após a abertura das rodovias Belém - Brasília e Cuiabá - Porto Velho, na década de 60, muitos médicos recém-formados vieram para os municípios de fronteira no Pará, iniciando carreira política como prefeitos. A maioria deles, para angariar votos, lançava mão de expedientes “clientelistas”, realizando principalmente, gratuitamente, cirurgias de ligaduras de trompas em suas pacientes, conseguindo se eleger por meio desse expediente. O interesse maior sempre foi o ganho pessoal em detrimento do social e coletivo, muitos fizeram fortunas à custa da miséria das mesmas populações que hoje dizem querer beneficiar. Hoje ainda buscam “novas formas de colonização” para sangrar ainda mais uma terra espoliada ao longo de séculos e que tem servido de almoxarifado ao resto do país e ao mundo à custa da sobrevivência de seus próprios filhos.
Dividir o Estado ao invés de lutar por seu desenvolvimento pode ser um tiro que sairá pela culatra. De um lado a riqueza que pertence a todos e será levada por poucos. Do outro lado um Estado enfraquecido pela expropriação de suas riquezas que com certeza não serão divididas com as populações dos Estados que querem criar.
O Pará é uma terra-mãe que recebe e acolhe a todos os irmãos de outros Estados, de braços e coração abertos, divide suas riquezas com todos que lutam por uma vida melhor. É uma terra de união que deve buscar seu desenvolvimento integral, distribuir melhor a renda gerada com a exploração de bens que pertencem a todos que aqui vivem, criam seus filhos e ajudam a construir um lugar melhor pra todos. Não devemos nos curvar as “paixões bairristas” pregadas por elementos que incentivam a criação de um muro invisível que separe paraenses natos dos paraenses por opção ou adoção. Que sejam bem-vindos os que vierem, como sempre foram os que aqui chegaram para somar e multiplicar, mas que estejamos alerta para os que tentam levar o que é nosso; vigilantes com os que aliados aos “Silvérios dos Reis no tucupi ” tentam rasgar nossa bandeira e cospem no prato que lhes alimenta.
Paraenses está na hora de vestimos verdadeiramente a camisa de nosso chão. Que “nossas autoridades” saiam das sombras e assumam suas posições. É hora de reação e honramos o sangue cabano, é hora de irmos às ruas “lutar” pelo que é nosso. A ferro e a fogo, se preciso for.
O Pará exige respeito!
Às ruas, paraenses
Digam não a divisão!
Salve, ó terra de ricas florestas, 
Fecundadas ao sol do equador!
Teu destino é viver entre festas,
Do progresso, da paz e do amor!
Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador!
Ó Pará, quanto orgulha ser filho,
De um colosso, tão belo e tão forte,
Juncaremos de flores teu trilho,
Do Brasil - Sentinela do Norte.
E a deixar de manter esse brilho,
Preferimos, mil vezes, a morte!

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